sexta-feira, 30 de março de 2012

Birth History, Physical Characteristics, and Medical Conditions in Long-Term Survivors With Full Trisomy 13

Por Deborah Bruns
Department of Educational Psychology and Special Education, Southern Illinois University Carbondale, Carbondale, Illinois
Received 7 April 2011; Accepted 29 July 2011

The purpose of the study is to provide data about long-term survivors with full trisomy 13 (t13). Mothers of 30 long-term survivors with full t13 completed an online survey. Survey data were downloaded into an SPSS database. Descriptive statistics were used to analyze survey data. Tracking Rare Incidence Syndrome (TRIS) Survey data on survival, birth information including maternal and paternal age at conception, physical characteristics, and medical conditions were compared. Data indicate longer mean survival rates (48.4 months for those living at the time of data collection, 40.8 months for those who died prior) than described in the literature. Means for gestations age, birth weight, and lengthare 38.11 weeks, 2,789.34 g and 48.45 cm, respectively. Long-term survivors presented with syndromerelated physical characteristics (e.g., low-set ears, cleft lip and palate) and medical conditions (e.g., ventricular septal defect (VSD), feeding difficulties). We conclude that data indicate longer survival and a range in birth information (gestational age, birth weight, and length) along with presence of common presenting physical characteristics and medical conditions of long-term survivors with full t13. (Leia mais / Keep reading it.)


quarta-feira, 21 de março de 2012

Patau Syndrome: A Case Report


Aijaz Nanjiani, M.D.
Ashgar Hossain, M.D.
Bergen Regional Medical Center, Paramus, NJ
Nahla Mahgoub, M.D.
Beth Israel Medical Center,
New York, NY

SIR: Patau syndrome is a congenital disorder which was reported by Dr. Klaus Patau in 1960.1 The syndrome is caused by presence of an extra copy of chromosome 13. Other changes in chromosome 13, such as translocation, can also result in the characteristics classified as Patau syndrome. The syndrome causes serious physical and mental abnormalities, including neurological impairment, structural facial defects, heart defects, and mental retardation.

The incidence of Patau syndrome is approximately one per 12,000 live births.2–4 The median survival age for children with the syndrome is 2.5 days. The most common cause of death is cardiopulmonary complications. Forty-five percent of the patients die within the first month of life and 70% die by 1 year of age. Survival to adulthood is extremely rare.

Case Report
We would like to report a 51-year old Caucasian woman with Patau syndrome. Her chromosomal analysis showed partial translocation of chromosome 13 (unbalanced rearrangement between chromosome 13 and chromosome 14). 

She had had 17 siblings in all. Eight of them died within the first few weeks of life. Another five died between the ages of 10 and 34 as a result of the medical complications of the syndrome; these siblings had mental retardation and psychosis. One living sibling, a 30-year-old man, suffered from mental retardation and psychosis. Three other siblings, two men and one woman, had no chromosomal abnormalities and are healthy.

The patient was born at full term with six toes on each foot, a small head, small eyes, low-set ears, and a cleft lip. Although all of her developmental milestones were delayed, she graduated from a special education high school. Her Wechsler Intelligence Scale for Children at 4 years old showed an IQ of 61 and moderate mental retardation. Her Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS) at 18 years old showed an IQ of 74 and educatable mental retardation while Rorschach testing showed severe immaturity. Her WAIS at 34 years old showed an IQ of 72 and borderline intellectual capabilities. The Halstead-Reitan Neurophysiological Battery showed serious neurological impairment. Her EEG showed complex partial seizures, and her computed tomography (CT) scan showed blunting of the frontal horns of the ventricular system.

Comment
What makes this case noteworthy, apart from the rarity of the syndrome and survival to adulthood, is the evolution of the psychosis, which is not a feature of Patau syndrome. The patient started to develop auditory hallucinations at the age of 15, for which she had multiple admissions and received different antipsychotic medications.

She started to decompensate after her antipsychotic medication was changed because of questionable seizures. She presented in the emergency room with agitated behavior. She was observed conversing with God, the devil, and her deceased siblings. She was delusional; she believed that people were taking her strength. The patient was medicated and admitted to the psychiatric floor. She was put on a regimen of valproic acid, 500 mg twice daily, aripiprazole, 20 mg daily, and olanzapine, 20 mg daily.

She was discharged to an assisted living facility after she stabilized. Since then, she has not had any hospitalization.

References
1. Patau K, Smith DW, Therman E, et al: Multiple congenital anomaly caused by an extra autosome. Lancet 1960; 1:790
2. Baty BJ, Brent L, Cary JC, et al: Natural history of trisomy 18 and trisomy 13, I: growth, physical assessment, medical histories, survival, and recurrence risk. Am J Med Genet 1994; 49:175–187
3. Baty BJ, Brent L, Cary JC, et al: Natural history of trisomy 18 and trisomy 13, II: psychomotor development. Am J Med Genet 1994; 49:189–194
4. Delatycki M, Garder R: Three cases of trisomy 13 mosaicism and a review of the literature. Clin Genet 1997; June:403–407

terça-feira, 20 de março de 2012

Dicas para amamentação de bebês com fissura labiopalatal

Por Patrícia

Este post não é específico para crianças com síndrome de Patau

Este era o tópico que eu mais estava ansiosa em escrever, mas é o que mais me sensibliza. A grande preocupação que nos vem a mente após o diagnóstico é exatamente acerca a alimentação do bebê. Ouvi muita gente dizer que bebê com fenda não tem sucção (ouvi isso até mesmo depois do meu parto!!!!). Bom, o bebê fissurado tem o mesmo instinto de sobrevivência do que qualquer outro bebê, e se nao tiver outra síndrome associada, ele nascerá sabendo sim o que deve fazer. Porém, terá mais dificuldade, pois a abertura do palato impede o que chamamos popularmente de vácuo, ou pressão negativa. Dependendo da fissura e da paciência da mãe, o bebê consegue mamar no peito. Infelizmente é a minoria, principalmente nos casos de fissura no palato. Neste caso, existem outras opções (copinho, conta-gotas, seringa, sonda, mamadeira). Aposte na mamadeira!!!!!!!!!! o bico que é recomendado é o longo, comum, de silicone ou de latex (preferencialmente por ser muito mais macio), a gente encontra da marca Lillo. A chuquinha (aquela comunzinha mesmo, da Lillo) é a preferida pelos bebês fissurados... rss. Os dentistas recomendam mamadeira com bico ortodôntico (da marca Nuk, modelo para engrossante, número 2: tem furo maior). De fato ele é mais adequado, mas nem todos os bebês gostam do formato. A minha odiou no começo, não pegou de jeito nenhum, com o tempo aceitou, mas não conseguia mamar, mesmo após diversas tentativas. Existem bicos específicos da marca Nuk para fenda labial e fenda palatina. eu particularmente comprei um de cada, mas além de caros (por volta de R$ 18,00 cada um) minha bebê não aceitou. O indicado para fenda labial é muito curto (ruim para quem tem fenda no palato) e o indicado para fenda no palato tem um formato interessante, que fecha todo o palato, mas para recém nascido é uma judiação, é muito grande, redondão. Minha bebê pegou uma vez só este bico, depois passou a ter ânsia. Talvez, com alguma persistência, a criança aceite, mas eu reconheço que achei desproporcional e não insisti. A Medela também tem excelentes modelos de mamadeiras e bicos para necessidades especiais, geralmente indicados para prematuros, mas funcionam muito bem com fissurados. Estes são realmente caros e são pouco usados aqui no Brasil, mas as mamães americanas adooooram. Estas são algumas dicas, pegue outras com o cirurgião e com a fono e tenha várias opções quando for para a maternidade: bico bom é o que a criança aceita!!!

NA MATERNIDADE: ai, que assunto delicado.... bom, eu sugiro que você visite a maternidade onde irá ganhar seu bebê e converse com a equipe neo-natal. Pergunte qual o procedimento utilizado na alimentação de bebês fissurados. É só uma sugestão, mas como eu não fiz isso, tive algumas surpresas chatinhas, e não quero que vocês tenham também. Minha bebê foi alimentada através de sonda, sem necessidade pois ela nasceu com sucção. Para quem vai realizar a cirurgia imediatamente, talvez este procedimento nao seja tão ruim, mas se este nao for o caso, complica. Isto porque a tendência é que o bebê se descoordene se nao treinar a sucção. Conversando com algumas mamaes, geralmente colocam na sonda assimq o bebê nasce,e se não houver nenhuma intercorrência, no dia seguinte os médicos ja tentam outra forma... comigo infelizmente não foi assim, precisamos da interferência da fono para que a equipe se motivasse a treiná-la quando ela já estava com 4 dias, quando passou a ser alimentada através de mamadeira. Com 7 dias pôde receber alta e ser alimentada normalmente em casa. Por isso falei sobre conhecer os procedimentos da maternidade: talvez se eles tivessem tentado a mamadeira antes, ela teria sido liberada antes.. mas enfim... Não fui estimulada em amamentar no peito. Só comecei a produzir leite 3 dias após o parto e tirava no lactário da maternidade. Até hoje não sei se ela tomou, porque no láctário diziam que tinham enviado a ela, no berçario diziam que não tinham mandado leite materno não! Deixa pra lá.. rss Tentei em casa, com mais calma... ela conseguiu poucas vezes mamar no peito, mas a custa de muito, muito cansaço. Era muito cruel com ela e comigo, que sentia muita dor, já que eu não tinha muito leite. Então deixava dois minutinhos, só para ter o contato, e passava para a mamadeira antes que ficasse muito nervosa por nao conseguir sugar (isso de fato pode acontecer, aí a mamada fica mais complicada). Ela tomou NAN, e o pouquinho de leite materno que eu consegui tirar, ela tomou.

DICAS IMPORTANTES:
a) Além de encontrar o bico mais adequado, você precisa saber que o fissurado deve mamar sentado ou no máximo semi-sentado para não aspirar o leite e para evitar acúmulo deleite na região do ouvido, que é muito próxima do nariz (que está ligado a boca no fissurado). Não escute pessoas mal informadas e de baixo astral que falam que o perigo ronda 24 horas por dia um fissurado, que a mamada é terrivel de perigosa, etc (minha mãe ouviu isso, tadinha, e morre de medo até hoje de dar mamadeira pra minha bebê). Nao ouça mesmo!!! Estando o bebê na posição adequada, meio caminho andado. Vi amamentarem minha bebê com seringa e ela estava deitada. Na maternidade! Foi realmente terrível, prefiro nem relatar, e foi a prova disso que estou falando. Na verdade nao sou eu que estou falando, são os profissionais que orientam assim.
b) Você deverá auxiliar seu bebê na mamada, ou seja, você irá apertar levemente a mamandeira (se for flexível) ou o bico para facilitar a saída do leite, pois a mamada é muito cansativa para o bebê. Aliás não se assute ao ver seu bebê cansadinho durante ou após a mamada, isso acontece mesmo. Na dúvida, consulte seu pediatra para saber se está tudo bem com seu bebê.
c) O bico deve ser introduzido até que a parte mais "gordinha" do bico esteja na entrada da boquinha do bebê, isso vai auxiliar a sucção.
d) Observe o movimento realizado pelo bebê: ele deve sugar e engolir algumas vezes e fazer pausa.
e) Para que o bebê fique sentado, você pode apoiar a cabecinha dele no seu braço ou com a mão ou ainda sentar-se com os pés no assento onde você está (faço isso sentada na cama) e deixar o bebê recostar-se em suas coxas (ele ficará sentadinho e você com uma das mãos livres, o que é ótimo!!!). Descubra outras opções, você e seu bebê descobrirão a melhor forma de amamentar.
d) Ofereça a mamadeira em intervalos menores (2 em 2 horas, por exemplo) e não a cada 3 horas, pq o fissurado "engole" muito ar durante a mamada e se sente "satisfeito". Depois que arrota e digere o leite ingerido, lá vem a fominha de novo.... a minha mamava de hora em hora.
e) Não tenha medo; você é mãe! o Papai do Céu te deu o dom de criar esse bebê e lhe brindará com um instinto indescritível que lhe auxiliará neste processo. Eu duvidava das minhas habilidades como mãe (eu nem sabia segurar um bebê) mas quando a peguei nos braços... tudo se consolidou!

Existe um site americano que ensina a alimentar o bebê com fissura no palato. O endereço é: http://www.cleftline.org/parents/feeding_your_baby

Se ainda houver dúvidas, tenha o amparo de um profissional, de uma enfermeira que conheça sobre a alimentação de fissurados ou de uma fono (esse foi o meu caso) que irá lhe dar todas as dicas.

sábado, 17 de março de 2012

Carta de notícias - 11 Março de 2012

A esperança que se retarda deixa o coração doente, mas o anseio satisfeito é árvore de vida. (Provérbios 13.12 NVI)

Desde que descobrimos que nossa filha nasceria com algum problema de saúde (ela tem síndrome de Patau), sabíamos que se nossa esperança não estivesse baseada em Deus, então desmoronaríamos. Nesta cartinha, um resumo dos últimos acontecimentos e da escolha em esperar nEle.

Nina saiu da mamãe quando já tinha 37 semanas e 5 dias de vida. Isso aconteceu no dia 27 de fevereiro, às 8:00hrs, tendo ela 2.080kg e 43cm. Nós já sabíamos da escolha médica em levá-la à U.T.I. após o parto. Depois de aproximadamente 72hrs, ela foi liberada para a U.C.I. (Unidade de Cuidados Intermediários). Ali ela passou mais tempo, mas já podíamos segurá-la e até alimentá-la, mesmo que pela sonda nasogástrica. Por ela não ter apresentado nenhuma instabilidade desde que nasceu, os médicos acharam por bem nós “morarmos” com ela no hospital por três dias, para também aprendermos a lidar especialmente com a forma com que temos de alimentá-la. Desde o dia 09 de março ela se encontra em casa, conosco. Posso somar a este gostoso momento dizendo que sua chegada foi exatamente no dia em que o Enzo, nosso primogênito, fazia três anos de idade. Comemoramos a chegada de Nina em casa e a manutenção de Deus na vida do Enzo com todos os membros das famílias Zambelli e Carreiro.

Temos sido imensamento consolados, ajudados e incentivados por nossos amigos. São orações, empréstimos e doações, emails e telefonemas. Ouvimos muitas frases de carinho, que entendemos sempre como bem intecionadas. Algumas vezes recebemos recados de como nossa experiência tem sido motivo para pessoas repensarem seu relacionamento com o Criador; aleluia (expressão que significa “louvado seja Deus”). Por favor, continuem nos ajudando e compartilhando conosco suas vidas através desta experiência que é de todos que crescem com ela.

Como seres humanos, fracos por natureza, nunca teríamos escolhido passar por essa experiência, mesmo de antemão conhecendo os frutos que temos colhido desta árvore. Somos gratos Àquele que escolheu por nós, especialmente porque Ele sabia que poderíamos, absolutamente que não sós, atravessar este vale que tem um final ainda mais difícil do que atravessamos até aqui.

Nina está há 13 dias fora do ventre da mamãe. Façam as contas: estatisticamente ela tinha 90% de chance para o óbito intrauterino; 90% de chance para óbito na primeira semana de vida. Nina, desde que nasceu, nunca ligou para o fato de ser sindrômica. Ela chora para comer e trocar as fraldas; ela sorri, espirra e tosse; ela pede, do seu jeito, por carinho e gosta de um colinho. É uma alegria tê-la conosco e acredito profundamente que isso é recíproco.

Ao contrário do que alguns podem pensar, não foi o fato de termos nossa esperança fundamentada em Deus o motivo pelo qual Nina está viva. Esta foi uma decisão soberana do Senhor da vida e da morte, que de antemão nos provisionou conhecer nossa amada pequenina e saber de suas dificuldades ainda no ventre.Temos nosso anseio satisfeito porque não há frustração quando as expectativas estão no Senhor, que a todo tempo age.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Research Letter Patau Syndrome With a Long Survival (146 Months): A Clinical Report and Review of Literature

American Journal of Medical Genetics 140A:92 – 93 (2006) 

Trisomy 13 is a clinically severe condition first described by Patau in 1960 [Smith et al., 1960]. The frequency of this syndrome is 1:3,000 live births [Tunca et al., 2001]. It is the third most frequent trisomy among live births [Phatak et al., 2004] after trisomy 21 (Down syndrome) and trisomy 18 (Edwards syndrome). Eighty-five percent of liveborns do not survive beyond 1 year of life, and most die before the age of 6 months [Duarte et al., 2004]. Trisomy 13 is characterized by multiple malformations of the cardiac, central nervous, and urogenital systems [Phatak et al., 2004]. There have only been five cases of patients with trisomy 13 previously reported, who had survived past the first decade [Redheendran et al., 1981; Singh, 1990; Zoll et al., 1993; Tunca et al., 2001]. In this report, we present a newborn with trisomy 13, the fourth longest described in the literature and the longest survival (146 months) reported in Greece. (Keep reading it...)

quarta-feira, 14 de março de 2012

Trisomy 13 and 18 and Quality of Life: Treading ‘‘Softly’’

By Lawrence J. Fenton

Not too long ago I was privileged to speak at an annual international conference of the Support Organization For Trisomy 18, 13 and Related Disorders (SOFT). I learned much more than I taught. There were over 200 families there. Approximately half of the families were bereaved parents of a child with Trisomy 13 or 18. (Keep reading it...)


domingo, 11 de março de 2012

Filhos são do mundo

Apesar de eu não ter a mesma cosmovisão do autor do texto abaixo, acredito que suas palavras foram belíssimas no tema escolhido. 

Por José Saramago

Devemos criar os filhos para o mundo. Torná-los autônomos, libertos, até de nossas ordens. A partir de certa idade, só valem conselhos.

Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto aquele bebê que um dia levamos na barriga. E a maioria de nós pais acredita e tenta fazer isso. O que não nos impede de sofrer quando fazem escolhas diferentes daquelas que gostaríamos ou quando eles próprios sofrem pelas escolhas que recomendamos.

Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo!

Então, de quem são nossos filhos? Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos que são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.

E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento? Não deveriam retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice? Pensar assim é entender os filhos como nossos e eles, não se esqueçam, são do mundo!

Volto para casa ao fim do plantão, início de férias, mais tempo para os filhos, olho meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se não fossem apenas empréstimo! Mas é. Eles são do mundo. O problema é que meu coração já é deles. Santo anjo do Senhor...

É a mais concreta realidade. Só resta a nós, mães e pais, rezar e aproveitar todos os momentos possíveis ao lado das nossas 'crias', que mesmo sendo 'emprestadas' são a maior parte de nós !!!

"A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver "

domingo, 4 de março de 2012

A Nina "foi parida!"

Dia 27 de fevereiro de 2012, segunda-feira, 2:30AM. A mamãe de Nina começou a sentir contrações de 10 em 10 minutos. Já sabíamos que este era um forte sinal da chegada de nossa florzinha. Ligamos para a obstetra e nos dirigimos para a Maternidade de Campinas-SP.

Devia ser mais ou menos 4:00AM quando chegamos lá. Nina estava acompanhada da mamãe (óbvio), do papai e do avô materno. A médica fez uma rápida consulta e ratificou: Nina ia "ser parida" naquela manhã.

Pouco tempo depois, ali mesmo na maternidade, a bolsa estourou. Karen e Nina foram encaminhadas para a sala de parto, enquanto eu, além de orar, preparava-me numa antessala para poder assistir o parto. Apesar de tudo estar ocorrendo aparentemente rápido e com previsão para parto normal, logo depois que eu havia me preparado, as contrações de Karen diminuiram muito. Fui chamado para a sala de parto, onde estavam somente a obstetra e minhas mulheres. Nina ainda estava dentro da mamãe. Havia uma excelente dilatação, mas ela estava alta (desproporção encéfalo pélvica?). Esperamos algum tempo, mas a médica achou por bem iniciar o procedimento para a cesárea.

Saí da sala para que ela fosse preparada. Voltei cerca de 30 minutos depois. Eu estava bastante tranquilo e posso afirmar que isso era porque eu sabia Quem estava no controle. Karen percebia isso. De onde eu estava na sala eu podia ver todo o procedimento cirúrgico e dar todo o apoio que estava ao meu alcance à minha amada esposa.

"Nina foi parida" às 8:00AM em ponto. Estava agora nas mãos da neopediatra que contava com duas assistentes. Aliás, a sala parecia estar com muita gente. Nina é especial desde o ventre! Logo depois de examiná-la, dirigi-me até onde ela estava. Eu não queria perder meu tempo com fotos, mas planejei tirar uma com ela e a Karen, todos juntos, antes que Nina fosse para a U.T.I., destino que já sabíamos; não porque ela realmente precisasse, mas porque sua condição é uma caixinha de supresas. Naquele instante, em frente à minha florzinha, eu queria contemplar mais uma obra das mãos do Criador. Infelizmente meu plano de tirar uma foto de nós três não foi possível; fiquei triste e frustrado.

Enquanto eu contemplava a pequenina Nina (43cm, 2.080kg), a enfermeira a embrulhou com carinho, tirando ela de onde eu a olhava, colocando-a por alguns segundos ao lado da mamãe; era neste momento que eu queria ter tirado a foto - que não aconteceu. Nina saiu da sala de parto em direção à U.T.I., onde então eu tirei uma foto com ela já dentro de uma encubadora.

Chorei grande parte do parto. Minhas lágrimas eram de alegria e gratidão. Alegria por ela ter "sido parida," alegria por poder estar com ela, alegria pela força que Deus nos deu. Ainda não entendo plenamente o porquê dos médicos dizerem: "esta é uma síndrome que não é compatível com a vida." (Falarei especificamente sobre isso posteriormente.)

Por que eu escrevi que Nina "foi parida" ao invés de simplesmente dizer que ela nasceu? A resposta é tão simples quanto a possibilidade de eu falar como qualquer um outro, que ela nasceu. Quando dissemos que alguém nasceu, associamos isso ao início da vida. O fato é que nenhum ser humano nasceu no dia em que foi parido. Convencionamos dizer isso e acredito que tal paradigma corrobora para as pessoas entenderem que, se está na útero, então ainda não é um ser vivo, ou um ser humano. Não pretendo aqui resolver a questão de quando a vida começa. Tenho por convicção que a primeira divisão celular do zigoto marca este momento; acreditar nisso foi um dos nossos fundamentos para que Nina estivesse onde e como está.

Termino este post dizendo mais uma vez: no dia 27 de fevereiro de 2012, Nina, minha filha, foi parida. Seu nascimento foi 37 semanas e 5 dias antes desta data.